LUDOTERAPIA
Ludoterapia é o nome científico da
Terapia através do brincar.
De acordo com Cabral (2000) “Análise infantil é um método de diagnóstico
e terapia infantil que combina os princípios da Psicanálise freudiana e as
técnicas projetivas consagradas nos testes de Rorschach e de Murray (T.A.T.). A
esse método, Melanie Klein (1932) deu o nome de playtechnique, ou
técnica de brinquedo, ou ainda ludoterapia, depois desenvolvida por outros
psicanalistas da Escola de Londres, como D. W. Winnicott e Money Kyrle, e
adotada no todo ou em parte por analistas de outras correntes. A análise
infantil funda-se no princípio da catarse, uma vez que tenta explorar o mundo
de sentimentos e impulsos inconscientes (os “fantasmas” infantis) como origem
efetiva de todas as ações e reações observadas nos pequenos pacientes”.
Melanie Klein estudou e relatou as descobertas da psicanálise que
resultaram na criação de uma nova Psicologia Infantil.
A criança desde os seus primeiros anos de vida pode experimentar
sentimentos ruins como angústia e luto.
O caráter primitivo do psiquismo infantil requer uma técnica
analítica especialmente adaptada à criança, para isso utilizamos sua própria
linguagem, ou pelo menos tentamos usar uma linguagem acessível à criança como
também lançamos mão de todos os tipos de brincadeiras, desde jogos de regras
como também jogos com bonecos de pano ou animais, além de todo material
pedagógico que contribui muito para entendermos o mundo infantil. Por meio deste método obtemos acesso às
fixações e experiências profundamente recalcadas da criança, o que nos
possibilita exercer uma influência radical em seu desenvolvimento.
O homem ao nascer é totalmente
dependente nos primeiros anos de vida.
Essa dependência se estende às
atividades corporais e emocionais, porque depende do adulto até para saciar
suas necessidades básicas como: agasalhar-se, alimentar-se, etc. O poeta, o
artista, o pai, a mãe, o amigo, o idealista estão latentes na criança pequena.
Toda brincadeira tem um
significado a ser explorado.
Analogamente ao ator que pesquisa
seu personagem, a criança constrói seu conhecimento com brincadeiras, jogos,
jogos dramáticos e jogos com regras.
Muitos pais ao verem seus filhos
brincando se questionam se devem deixá-los sem
fazer nada, porém desconhecem o fato de que brincar é a forma natural da
criança vivenciar todos os acontecimentos do seu dia a dia e até mesmo
compreender o mundo que a cerca.
Brincar é o trabalho da criança.
Ela o faz para aprender, ganhar experiência, desenvolver-se, exercitar sua criatividade.
Durante as brincadeiras começa identificar seus sentimentos: amor, raiva,
agressividade, Isso podemos observar durante os jogos dramáticos da criança que
procura imitar os adultos em suas atividades e se utilizam de expressões e
mímicas para representar o personagem
Dessa forma o melhor caminho para
chegarmos ao mundo mágico da criança é através da brincadeira.
A ludoterapia pode ser realizada
também com adultos. Todos nós precisamos brincar e sorrir sempre, para nos
sentirmos felizes com a vida.
Porém, é necessário explicarmos
que para iniciar uma Ludoterapia, antes é necessário que se faça um
Psicodiagnóstico com a criança para sabermos em que momento do seu
desenvolvimento ela “ truncou” em suas idéias e sentimentos.
Em primeiro lugar devemos entender
o significado de Psicodiagnóstico, o que isso significa?
Este é um trabalho especializado
desenvolvido por Psicólogos ou Psicopedagogos, que visa o esclarecimento dos
fatores que estão causando determinados problemas em um indivíduo. Esta seria
uma definição simplificada do trabalho realizado.
Para se efetuar um
Psicodiagnóstico o profissional utiliza vários instrumentos de trabalho, como,
por exemplo, testes, entrevistas e dinâmicas de grupo ou individual. Tudo isso
com o objetivo de conhecer melhor o funcionamento psíquico daquele indíviduo e
dessa forma fazer a intervenção terapêutica necessária baseada no laudo obtido.
Muitas pessoas ficam em dúvidas se
está no momento certo para esse trabalho ou se é apenas um fato passageiro que
o tempo resolve, nem sempre essa é a conduta mais correta. Vejamos por exemplo
o caso de professores que ao lidar com alunos que estão apresentando
comportamento inadequado em sala de aula, ou mesmo crianças que apresentam
qualquer dificuldade de aprendizagem, ficassem esperando que o problema se
resolvesse por si só. Teríamos, isto sim, uma camada de adolescentes que foram
arrastados em seu processo de aprendizagem, porque não foram assistidos em
tempo hábil, a fim de terem recebido ajuda no momento oportuno.
Fatos como estes não são difíceis
de encontrarmos, acredito que seja sempre melhor errar pelo excesso que pela
falta. O prejuízo para a vida pessoal que uma demora no diagnóstico pode
causar, muitas vezes pode ter um dano irreversível.
Devemos sempre que possível observar
a realidade sem lentes coloridas, pois dessa forma estaríamos vendo aquilo que
nossos olhos querem ver e não o que realmente esta acontecendo.
No nosso dia a dia estamos
envolvidos com pessoas e muitas vezes famílias que rejeitam qualquer tipo de intervenção
e ajuda alegando que os fatos são algo comum e que acontece em qualquer
família. Isto pode ser uma verdade, porém é justamente por ocorrer em várias
famílias que se tornou objeto de estudos para a prevenção e tratamento desses
problemas, sejam eles de aprendizagem ou de comportamento.
A melhor forma de saber se o
momento é oportuno ou não para um diagnóstico, é usar o bom senso e a vontade
de melhorar aquilo que se pode melhorar.
Eliane Pisani
Leite
Psicóloga
Neuropsicopedagoga
Psicopedagoga
Autora dos livros: Pais EducAtivos.
Brinquedos e Brincadeiras.
A importância da mulher.
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