segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Medo Infantil


O MEDO INFANTIl   

Todos nós temos alguns medos, sem qualquer razão lógica. Porém é comum que os adultos não dêem muita importância aos medos infantis.
É comum crianças pequenas sentirem muitos temores. Alguns são passageiros, outros demoram mais para desaparecer. Os medos mais intensos são chamados de fobias. Alguns não conseguimos achar sua razão de existirem.
Os pais na maioria das vezes conseguem fazer com que seus filhos superem seus medos. A simples presença da mãe ou do pai pode aliviar uma crise. Para a criança de pouca idade, os pais são criaturas poderosas e a segurança de seus braços afasta muitos perigos reais ou imaginários.
Em algumas situações os pais sem entender os motivos reais do medo de seus filhos acabam tomando atitudes inadequadas com a pretensão de acabar com o medo infantil. É o caso dos pais que forçam a criança a entrar no mar. Ou a colocar a mão sobre o aspirador de pó cujo barulho a faz chorar. Expor a criança a alguma coisa que teme e que não sabe nomear as causas – só pode transformar um temor moderado, provavelmente passageiro, em experiência aterradora, capaz de transformar numa fobia duradoura.
O temor tanto pode aparecer como desaparecer rapidamente. Ter medo é um estado natural no ser humano. O que acontece com a criança é que ela tem a força da imaginação muito grande e ela a usa para exagerar perigos. Ou para transformar em temores alguns problemas que não consegue resolver.
Para o homem, o medo funciona como uma segurança. Um alerta contra ameaças a sua sobrevivência física. Sem ele correríamos riscos desnecessários.
O medo funciona também para a nossa sobrevivência psíquica. Dessa forma é dever dos pais respeitar os medos infantis e procurar ajudar seus filhos a superar esses problemas, sem com isso aumentar ou transformar um simples medo em uma fobia.
Existem estudos onde mostram que crianças muito punidas pelos pais tendem a ser mais ansiosas e agressivas, principalmente quando necessitam de seu apoio. Também apresentam maior índice de pesadelos e, estaticamente, mais temores.
Aos pais cabe a tarefa de ensinar e educar sempre usando o bom senso e muito carinho, evitando assim acentuar qualquer ansiedade.


                                                                      


                                                                           Eliane Pisani Leite
   Autora dos livros:
·        Pais EducAtivos;
·        Brinquedos e brincadeiras;
·        A importância da mulher.

O Dislexico em casa




DISLEXICO EM CASA




Para muitos pais a dificuldade em lidar com uma criança disléxica é imensa. Pois a dislexia exige muita paciência e dedicação.
É muito importante os pais compreenderem o que é a dislexia, para isto vamos dar uma breve definição:
“A dislexia é um distúrbio na aquisição da leitura e escrita. Atinge pessoas em todos os países do mundo, numa proporção que varia de 6 a 15% da população, não sendo adequadamente identificada em muitos deles, dessa forma levando seus portadores, na maioria das vezes, a abandonarem os estudos, evitarem o convívio social e se submeterem a papéis sociais secundários, pela falta de compreensão de suas deficiências pelos pais, professores, educadores e pela sociedade como um todo”.
Muitas vezes a criança apresenta condições intelectuais normais, porém poderá ler com deficiência e transformar ou deformar palavras.
Aqui temos algumas dicas do livro “Nem sempre é o que parece” da ABD – 2.002, -  como orientar os pais a ajudar seus filhos na leitura:
- Ler para os filhos alguma coisa que realmente o interesse;
- Permitir o uso de marcadores para seguir a leitura
- Gravar os textos para ajudá-lo
- Usar canetas marca-texto para ressaltar os itens a serem lembrados
- Depois da criança ter lido um texto:
·        Peça-lhe para reler o título e explicá-lo
·        Solicite que observe as figuras e dê uma explicação
·        Reveja o vocabulário das palavras do texto
·        Leia as perguntas se houver , ou crie perguntas para testar sua interpretação
·        Leia os títulos dos capítulos e comente-os
·        Peça à criança para fazer um desenho a respeito do que foi lida

Como ajudar a criança na linguagem escrita:
·        Encontre um amigo que o ajude a tomar notas ou dividir as anotações
·        Permita o uso de um bloco de notas
·        Desenvolva um banco de palavras ou uma lista de palavras que ela erra constantemente
·        Verifique se há possibilidade de ele fazer as avaliações oralmente e não apenas provas escritas.

Essas são algumas medidas que irão ajudar a criança disléxica a lidar com suas dificuldades e deixá-lo mais seguro. Porém isso não significa que se possa dispensar um acompanhamento profissional especializado para sua alfabetização.


NOTA: É necessário um bom diagnóstico com uma equipe multidisciplinar e mesmo assim com pessoas sérias e com boa formação, pois hoje vejo muitas pessoas serem rapidamente diagnosticadas como Disléxicas, enquanto que na verdade apenas possuem problemas específicos, como por exemplo: Disgráfia, Disortografia, Discálculia, Dificuldades de Memória entre outros ou até mesmo emocionais.
Quanto ao tratamento se a Dislexia for predominantemente visual é indicado procurar um Psicopedagogo e se for auditiva, a indicação é o Fonoaudiólogo.



                                                           Eliane Pisani Leite
                                               Psicóloga Acupunturista Psicopedagoga
    Autora do livro: Pais EducAtivos         

O que é Neuropsicopedagogia?


O QUE É NEUROPSICOPEDAGOGIA

Antes das definições clássicas do que seja a Neuropsicopedagogia, acredito que seja de suma importância, o esclarecimento de como nasceu essa especialidade.
No nosso trabalho clínico diário, observamos a necessidade de ampliar os conhecimentos em áreas antes não desenvolvidas. Observamos que a clínica se depara com casos que fogem de seu foco necessitando o auxílio de outras especialidades. Por esse motivo a ampliação e investigação nesse novo campo do conhecimento unindo áreas que se complementam, vem contribuir para que nosso olhar clínico avance num aperfeiçoamento muito mais detalhado e esclarecedor.
Entendo que agora já estamos aptos a entender as definições oficiais sobre esse novo termo.

Neuropsicopedagogia é a "Abordagem neurológica de distúrbios e de
incapacidades de aprendizagem. A Neuropsicopedagogia é de grande
utilidade para o psicopedagogo clínico, pois possibilita o diagnóstico de
processos anormais na estrutura, na organização e no funcionamento do
sistema nervoso central, por meio de testes de avaliação neuropsicológica,
aplicáveis a indivíduos portadores de problemas de aprendizagem". 

(Rodrigues, Roberto. In: REVISTA CAESURA. Pelotas (RS): Universidade
Católica, n.9, 1996, p.34-40.)" 
“Área de estudo da neuropsicologia que avalia,diagnostica, estuda e intervenciona frente à aprendizagem humana e suas intercorrências considerando a compreensão do sujeito enquanto aprendiz, dotado de complexidades, peculiaridades e inseguranças, sendo obrigado a tomar decisões avaliativas além ou aquém de sua realidade cognitiva”.
INSTEIN Apud SCOZ:2007
“Área de estudo das neurociências na qual objetiva a análise dos processos cognitivos, potencialidades pessoais e perfil sócio – econômico,a fim de construir indicadores formais para a intervenção clínica frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido a lesão neurológica de origem genética , congênita ou adquirida.”
ROTTA Apud COSENZA:2010

A dificuldade de aprendizagem e/ou de relacionamento interpessoal pode levar a
criança ou o adolescente e sua família a uma situação de desorientação
diante de suas dificuldades.   Esses sentimentos de inadequação transformam uma simples aula diária em uma Instituição de Ensino numa verdadeira “tortura” ao estudante, fazendo com que a família instruída procure ajuda a fim de investigar o que está acontecendo nesse processo especifico de aprendizagem.

Quando o neuropsicopedagogo for um profissional formado em Psicologia e Psicopedagogia, ele terá um vasto conhecimento no funcionamento do cérebro, para melhor entender a forma como esse cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as sensações, informações, estímulos captados pelos diversos sensores neuronais para, a partir desse entendimento, poder elaborar um tratamento com metodologia e instrumentos necessários para a melhora clinica do indivíduo que estiver em avaliação.
Este profissional possui os conhecimentos necessários sobre as anomalias neurológicas, psiquiátricas e distúrbios existentes, para desenvolver  um trabalho de acompanhamento pedagógico, cognitivo e emocional.
O trabalho clínico realizado por este profissional constitui um dos elementos mais importantes para desenvolver e estimular a plasticidade cerebral formando novas "sinapses", para um verdadeiro processo ensino-aprendizagem de qualidade.


Eliane Pisani Leite
Psicóloga
Psicopedagoga
Acupunturista
Crp: 32606

MÚSICA E DESENVOLVIMENTO


MÚSICA E DESENVOLVIMENTO


A idéia de que música é saúde já circula desde o século VI a c. Naquele tempo, Pitágoras já dizia que para o corpo e mente ficarem sintonizados com a harmonia do universo a receita era simples e eficiente: música e dieta vegetariana. Quanto à dieta há discussão, mas até os médicos já sabem que música ajuda a curar. A isso chama-se musicoterapia. A definição oficial, da Federação Mundial de Musicoterapia, é longa. “É a utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um profissional qualificado, com um cliente ou um grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.  A  musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indíviduo para que ele alcance uma melhor integração intrapessoal e interpessoal  e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento.
O adulto pode cantar ou tocar um instrumento musical para a criança, ou ainda pode se utilizar  de músicas em seqüências muito específicas, já gravadas.
O ritmo da música auxilia também no processo de aprendizagem, pois envolve tempo e espaço para execução da melodia. Esses princípios são de suma importância para a aquisição dos conceitos da matemática por exemplo.
Outra característica importante é o efeito calmante que as músicas podem trazer às crianças muito  agitadas. Se o adulto acostumar a criança com som de músicas relaxantes, a criança ficara  mais tranqüila, aumentando assim seu potencial de atenção e concentração.
A utilização do som pode ser um ótimo aliado na educação de nossos filhos, além de despertar a acuidade sonora e gosto pela arte.


                                                                                  ELIANE PISANI LEITE
                                                                       PSICÓLOGA – PSICOPEDAGOGA

Envelhecimento


Envelhecer é uma arte


Componentes genéticos e ambientais se confundem, se somam e se multiplicam em desajustes que levam o indivíduo ao envelhecimento e à morte.
Cientistas e estudiosos entenderam que se deva atacar o processo de envelhecimento de forma global. Por volta dos 50 anos é comum se ter aumento de ácido úrico, colesterol e concentração de açúcar no sangue. Neste exemplo o combate aos efeitos colaterais deve ser global a fim de prevenir efeitos deixados pelos fatores não trabalhados.
Quando estamos envelhecendo, parece e de fato vamos perdendo altura porque os espaços entre as vértebras se comprimem e as células vão perdendo sua capacidade de se renovar.
Para a Medicina Tradicional Chinesa um dos desencantos desse processo é o enfraquecimento dos rins, uma vez que não conseguem mais tonificar os órgãos e levar água suficiente à todas as partes do corpo.
Quando ainda somos jovens, os pulmões estão em pleno “vapor” na sua capacidade de expansão. Depois dos 70 anos eles têm um terço dessa força. Como o organismo não é mais o mesmo há o risco de uma simples gripe se transformar numa pneumonia. Já dizia um ditado chinês “Quem planta limão, colhe limão”. Em vista desses fatores está a importância de semear um “estilo de vida” saudável.
Os hábitos diários para melhorar a qualidade de vida devem ser instalados bem cedo na vida das crianças, começando pela alimentação, exercícios físicos e diminuição ou “controle” do stress prejudicial à saúde. Como diz em seu livro o empresário Abílio Diniz, “regras existem para todos, mas poucos fazem uso”.
O embate entre as opressões do cotidiano e as necessidades pessoais tornou-se um problema tão crítico que se converteu em foco central da atenção de psicólogos e especialistas. Para evitar o caos é necessário criar uma zona de proteção, onde aparentemente estaríamos perdendo “coisas” ou “informações” do mundo moderno mas por outro lado estaremos ganhando em benefícios de qualidade de vida.
É importante o ser humano aprender a se disciplinar em reservar um tempo para si mesmo, fazendo o que gosta, como por exemplo meditar, ler, ou fazer uma auto-análise em busca de seu auto conhecimento.
Pense numa paisagem com um lago onde você lança uma pedra na água, no mesmo instante criam-se círculos em torno dela e esses círculos vão se multiplicando e aumentando, assim acontece com sua saúde quando você não exerce sobre sua vida disciplina e ordem. Fatores stressantes externos vão se multiplicando dentro de você e antes que perceba já está num poço transbordando em problemas.
Atualmente os projetos sociais têm ganhado vários adeptos em todos níveis sociais, isto se deve ao fato das pessoas estarem introspectivas e reflexivas sobre a real finalidade da vida e nessa busca interior compreendem e se engajam no processo de ajudar a terceiros, com isso atingindo sensações de bem estar que a atitude da generosidade pode alcançar. Esta também é uma atividade anti-stress e que proporciona prazer.
Meditar é a melhor porta de entrada para o aperfeiçoamento pessoal.
Siga estes passos:
1 – Escolha um local tranqüilo;
2 – Sente-se de forma confortável e relaxe, prestando atenção na respiração;
3 – Preste atenção em algum som agradável e não deixe dispersar a atenção;
4 – Preste atenção em algum objeto. Quando conseguir esvazie a mente e se concentre apenas no objeto ou na respiração, assim estará meditando.
A alimentação é de fundamental importância à saúde física e mental. Existe uma linha de estudiosos que pregam: “Você é o que você come”, trocando em miúdos, isso significa que para ter uma vida com qualidade, você deve fazer uma boa escolha a cada alimentação. O conhecimento do valor calórico e tabela nutritiva dos alimentos pode contribuir na hora da decisão, embora o ideal seria consultar um especialista, pois cada tipo orgânico tem um perfil próprio de metabolizar os alimentos.
Por muito tempo, a medicina foi essencialmente curativa, centralizando-se no indivíduo.Mais recentemente, os conceitos de medicina comunitária e de saúde pública proporcionaram-nos um enfoque mais amplo, levando em conta as necessidades de prevenção e tratamento ao nível do grupo social. A saúde familiar oferece hoje uma dimensão intermediária mais fácil de abranger do que a saúde pública. Em primeiro lugar, a família apresenta um aspecto negativo, de saúde: a doença de um dos membros faz sofrer ou ameaça a saúde de todos os membros da mesma. Pensa-se aqui, como é natural, nas doenças contagiosas, nas infecções parasitárias que passam com tanta facilidade de um para outro membro familiar, graças à intimidade da vida em comum. Mas é preciso não esquecer as doenças genéticas, a pobreza, a miséria e a ignorância dos pais que tantas vezes impede que filhos de outra forma normalmente constituídos e dotados se desenvolvam plenamente. Pensa-se também nas repercussões psicológicas e sociais, para toda a família, de uma doença crônica e de uma deficiência incapacitante de um dos pais ou dos filhos: lamentável exemplo é dado pelo alcoolismo paterno.
Felizmente, existem dois aspectos positivos: pais sadios e unidos, crianças desejadas, estimuladas desde a tenra idade, criadas e educadas em conjunto com a ajuda das gerações precedentes, protegidas dos perigos que ameaçam sua saúde, mas alertadas desde cedo sobre sua responsabilidade social nesse campo.
Já estamos habituados em receber constantes estímulos, tais como: “Exercite-se”, “Esporte é saúde”, mas nem sempre lhes damos o devido valor e cada vez mais nos afastamos de uma condição natural de conservar nossa saúde.
A preocupação existe em relação ao comodismo do homem diante do avanço tecnológico com a necessidade real que o homem tem de se mexer, de usar suas capacidades físicas para que nenhuma delas se atrofie. Nosso corpo nos dias de hoje se vê reprimido e atrofiado em  nossa civilização tecnológica, nossas atitudes que são impostas por atividades reguladas e pré-determinadas. Perdendo a consciência do que seja o nosso corpo e do dinamismo que nele existe, conhecendo sua simples aparência, nós o reduzimos a um mero instrumento de sobrevivência. Temos que tomar uma atitude, mobilizar nosso corpo para ir além dos movimentos cadenciados da vida cotidiana. Temos que fazê-lo reconhecer-se no espaço fazendo-o recuperar a perdida, plasticidade.
Através do nosso corpo somos determinados nas situações temporais e espaciais em que nos encontramos. A expressão corporal inclui todas as formas do dinamismo vital, é a realidade concreta por intermédio da qual o homem habita o mundo.
Nosso corpo é dotado de qualidades como a força, a resistência, a velocidade, a coordenação, o equilíbrio e a agilidade, que se não forem desenvolvidas podem atrofiar-se e com elas extingue-se o bom estado físico do organismo.
Durante a infância, o exercício físico visa o desenvolvimento das habilidades corporais. Na idade adulta, visa manter e melhorar o funcionamento dos órgãos, aumentar o poder do coração e dos vasos sanguíneos, o valor funcional do aparelho respiratório, a precisão e eficácia dos movimentos e, pelo conjunto desses meios, assegura a saúde.
Entre os exercícios mais saudáveis encontra-se a caminhada que reúne a vantagem especial de poder controlar o esforço de acordo com as condições físicas de quem o pratica. A natação favorece a respiração profunda a equitação desenvolve o senso de equilíbrio.
O “stress” ou tensão emocional como fator de risco para o aparecimento da doença coronária é indiscutível. Ao contrário do que se imagina o índice de stress infantil subiu assustadoramente nos últimos tempos, com a agitação da vida moderna, a disputa no mercado de trabalho, que cada vez oferece menos oportunidades, tem feito com que os pais se empenhem mais na educação dos filhos adotando medidas cada vez mais stressantes, como por exemplo cursos de línguas, cursos extras de matérias escolares para aprimoramento e uma infinidade de estímulos para desenvolver raciocínio, memória entre outras habilidades. Com tantas ocupações estaremos tirando cada vez mais da criança o direito de viver plenamente sua infância e acelerando fatores de envelhecimento.
Uma vida regrada, porém com prazer só trará conseqüências positivas para o futuro.
Estamos nos distanciando cada vez mais dos pequenos prazeres do cotidiano e cegamente aceitando as condições externas que nos são impostas pela sociedade caótica em que vivemos. Será que não está na hora de parar e fazer uma análise profunda sobre aquilo que fazemos e aquilo que nos são impostos a fazer em função de atender interesses sociais contrários às nossas reais necessidades individuais
Nesse caminhar cego e cada vez mais introspectivo, acatamos sem questionar novos impostos, novos produtos de consumo, novas regras de como estar na moda, como ter o padrão de beleza que a mídia está impondo no momento. Na minha opinião estamos nos tornando uma massa comandada pelo externo que se dirige onde as setas externas indicarem, sem questionar, sem sentir e o pior SEM PENSAR.




                                                                           Eliane Pisani Leite
  Autora dos livros:
·        Pais EducAtivos;
·        Brinquedos e brincadeiras;
·        A importância da mulher.

Dislexia e Dificuldades matemáticas


DIFICULDADES MATEMÁTICAS E DISLEXIA


Nos últimos artigos tenho mencionado muito sobre a Dislexia como dificuldades na leitura e escrita. Essa definição faz com que muitas pessoas pensem que a Dislexia afeta somente a ortografia e leitura, o que não é verdade, pois afeta inclusive a matemática.
Para compreendermos melhor essa dinâmica, vejamos um trecho extraído do fascículo do Sub-Comitê de Psicologia da Associação Britânica de Dislexia, traduzido para publicação da Associação Brasileira de Dislexia – ABD.
“Muitos disléxicos têm dificuldade para adquirir rapidez e fluência em simples cálculos: +,-, x, :, e na tabuada, mas eles poderão ter, não obstante, boa habilidade em matemática”.
Isso ocorre porque não há áreas do cérebro que só se ocupem especificamente da leitura e soletração. As áreas usadas para a linguagem escrita são usadas também para outros materiais simbólicos, incluindo números, gráficos, etc. Assim, se há um problema nessas partes do cérebro, será afetado o processamento eficiente de qualquer material simbólico, linguagem e matemática incluídos.
Tanto a linguagem escrita quanto a matemática são representadas por símbolos, por exemplo: o número três “3”, trás a idéia de três unidades que poderiam ser representadas por três elementos, como- # # #, ou ainda ter simplesmente qualidade de três.
Ao considerarmos esses conceitos não é de surpreender que indivíduos com dificuldades na linguagem do tipo de dislexia tenham freqüentemente dificuldades em matemática.
Um indicador muito simples é a inabilidade para contar para trás de dois em dois ou de três em três, começando por exemplo de 30, ou falar qual número está 5 lugares antes de 21.
Uma das maiores preocupações de educadores e pais , diz respeito à tabuada.
A idéia principal da tabuada é reduzir o tempo de cálculos, mas, como freqüentemente prolonga o tempo para os cálculos dos disléxicos, a melhor alternativa seria oferecer materiais auxiliares como esquadros, linhas numeradas, ou calculadoras, em vez de obrigá-los a grandes esforços.”
Existem vários outros fatores que dificultam o trabalho matemático para crianças disléxicas, porém esses mencionados são os que mais chamam a atenção, de forma muito simplista, pois na verdade para cada operação matemática existem várias operações realizadas pelo cérebro que ficaríamos horas descrevendo-as.
O mais importante é ter a conscientização do problema e dessa forma tentar ajudar a criança, ao invés de recriminá-la, porém antes de qualquer coisa é necessário lembrarmos que a dislexia deve ser diagnosticada por profissionais competentes e isso implica numa equipe multidisciplinar.
O cálculo mental sem utilização de calculadoras é muito importante para aquisição de maiores habilidades de raciocínio, por isso a indicação de uso de tais instrumentos auxiliares fica por conta de crianças disléxicas.


NOTA: É necessário um bom diagnóstico com uma equipe multidisciplinar e mesmo assim com pessoas sérias e com boa formação, pois hoje vejo muitas pessoas serem rapidamente diagnosticadas como Disléxicas, enquanto que na verdade apenas possuem problemas específicos, como por exemplo: Disgráfia, Disortografia, Discálculia, Dificuldades de Memória entre outros ou até mesmo emocionais.
Quanto ao tratamento se a Dislexia for predominantemente visual é indicado procurar um Psicopedagogo e se for auditiva, a indicação é o Fonoaudiólogo.


                                                                           Eliane Pisani Leite

   Autora dos livros:

·        Pais EducAtivos;
·        Brinquedos e brincadeiras;
·        A importância da mulher.

Desenvolvimento Motor Infantil


Desenvolvimento Motor Infantil




Quando falamos em Desenvolvimento Mental Infantil não podemos esquecer do desenvolvimento motor cuja importância é extremamente fundamental. Isto significa que a criança tem que ser capaz de controlar seu próprio corpo. Disso também depende sua saúde física e mental, afinal é através do corpo que a criança brinca e ganha recursos adequados para sua sociabilidade, garantindo sua independência e ainda contribuindo para que tenha um bom conceito de si mesma.
Na mobilidade corporal atuam um conjunto de músculos que fazem parte da ação coordenada do tipo voluntário, nesta ação observa-se o amadurecimento das estruturas neurais, dos ossos, tendões e alguns tecidos corpóreos que juntos desencadeiam a coordenação motora. Porém isso não significa que devamos pressionar a criança para que realize movimentos prematuros; porque isso poderia desencadear uma série de efeitos desfavoráveis que poderiam acabar por deixar a criança retraída, cheia de temores e tensões.
O papel da família, escola e de todos os adultos que cuidam da criança do decorrer de seu desenvolvimento é de suma importância, pois, a estimulação precoce incentiva essa cadeia muscular a adquirir destreza e reflexos.
O desenvolvimento motor é observado desde o terceiro mês de gestação, quando o feto começa a movimentar membros inferiores e superiores, depois no quarto mês observamos os famosos “pontapés” dos quais as mamães se referem.
A coordenação dinâmica global e o equilíbrio são resultados de uma sintonia perfeita entre ações musculares em repouso e em movimento.
A tomada de consciência do corpo requer a atuação de habilidades cognitivas específicas, por esse motivo o desenvolvimento motor no decorrer dos primeiros anos de vida da criança, está em estreita relação com a inteligência, pois geralmente a criança que apresenta uma dificuldade motora, pode sofrer um atraso no seu desenvolvimento intelectual.
O equilíbrio efetua-se através de exercícios para o equilíbrio dinâmico e estático. A postura constitui o padrão motor básico que garante a posição do corpo em seu equilíbrio energético respeitando o centro de gravidade. Existem conexões correspondentes a mecanismos de auto-regulação entre cerebelo e os centro superiores do córtex cerebral onde se encontram os esquemas de conduta motora mais diferenciados. Por esse motivo a postura básica deve ser respeitada em qualquer movimento.
De acordo com indicações de Condemarin (1.989), os exercícios para o desevolvimento da coordenação dinâmica global são realizados com a finalidade de aperfeiçoar o automatismo corporal. Entre estes exercícios a autora cita : a marcha, engatinhar, arrastar-se, marcha sobre uma barra de madeira, exercícios que promovam o equilíbrio estático e dinâmico, o balancin, a cama elástica, pular corda, jogar bola, relaxamento, flexões entre outros.
A falta de habilidades na criança é resultado de uma variedade de fatores, como: estado físico, constituição somática, grau de inteligência, oportunidade para desenvolver controle muscular e incentivo para conseguir esse desenvolvimento.
Algumas causas podem ser as responsáveis pela deficiência do desenvolvimento motor, podemos citar: as de origem neurológica, deficiência no controle dos esfíncteres, problemas de parto, meio ambiente, atraso na educação de hábitos de higiene, todas essas variáveis resultam em problemas de ordem emocional podendo variar desde a timidez até alterações de conduta e formação de personalidade.
Com o acompanhamento de profissionais ligados às áreas de movimentação corporal, a habilidade pode melhorar muito em termos de velocidade, firmeza e força.
Nestes casos as indicações podem ser desde a natação, jogos esportivos e exercícios dirigidos.




                                                                 
                                                                           Eliane Pisani Leite

Depressão Infantil


DEPRESSÃO INFANTIL


Depressão é o transtorno de humor que se caracteriza basicamente por tristeza e apatia. Na criança o mais freqüente é a irritabilidade, mau humor, falta de prazer com as atividades habituais.
Pode parecer estranho imaginar que um bebê possa sofrer de depressão, porém isso acontece e na maioria dos casos passa despercebido pelos adultos que o cercam.
Muitas vezes acontece o fato de encontrarmos um bebê apático, que não responde aos estímulos do meio. Esses casos tornam-se um desafio para os pediatras resolverem. Descartadas todas as hipóteses de males físicos, só resta ao profissional o auxílio  de um colega especializado em Terapia Familiar. Quando o terapeuta inicia seu trabalho, começam a surgir todos os entraves existentes dentro daquele contexto familiar, como por ex.: uma mãe depressiva, que não consegue estabelecer um vínculo afetivo desejado com o filho, e este acaba por sofrer as conseqüências desse período conturbado da relação mãe-filho.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou um estudo onde demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da doença, como irritabilidade ou apatia e desânimo.
A observação da interação mãe-filho tem demonstrado que quando a criança não tem oportunidade de estabelecer contatos físicos íntimos e agradáveis, apresentam reações negativas tais como, a perda de apetite, a regressão marcada por uma quietude depressiva, a falta de interesse por tudo ao seu redor, sono pesado, respiração irregular, rigidez muscular e problemas gastrintestinais, tais como vômitos e diarréias.
Em crianças maiores, estas podem manifestar tristeza, falta de prazer com as atividades e até sintomas físicos, como dor de cabeça ou de barriga. Algumas são vistas como desajeitadas, pela propensão a acidentes. A forma extrema de tais reações é um estado de letargia no qual os reflexos corporais se deterioram e a criança não demonstra interesse pelos estímulos ambientais.
Existe uma relação entre a depressão e o rendimento escolar. Sabe-se que a taxa de prevalência de sintomas depressivos é mais elevada entre aqueles que apresentam alguma dificuldade escolar. Quando a situação é esta, os problemas escolares estariam atuando como uma possível expressão da depressão, diretamente relacionada à falta de interesse e desmotivação da criança depressiva em participar das tarefas escolares e em função dos sentimentos de auto-desvalorização apresentados por ela.
O diagnóstico deve ser  feito por um especialista ou uma equipe, é fundamental que os pais se isentem de qualquer preconceito e não tenham vergonha de procurar um psicólogo.
Na D.I. é necessário avaliar sua situação familiar existencial, seu nível de maturidade emocional e, principalmente sua auto-estima. Além de entrevistas com a criança, deve-se observar sua conduta segundo informações dos pais e professores.
É importante ressaltar que existem dois tipos de depressão mais comuns: Depressão Endógena  (se manifesta sem motivo aparente e muitas vezes está ligada a uma pré-disposição familiar). Em algumas famílias, é maior o número de membros acometidos de depressão. E a Depressão Reativa, que está ligada a uma reação de defesa e negação da criança frente a algum acontecimento em sua vida: perda, separação dos pais, mudança de cidade, escola ou grupo social.
A mãe torna-se uma  fonte insubstituível de várias recompensas para a criança.
As carícias, o aconchego do colo, o toque são experiências muito importantes para ela, pois lhe garante prazer e colaboram para que estabeleça um vínculo saudável  com a mãe e conseqüentemente com o meio.
Nem todas as crianças que sofrem  restrições com a pessoa cuidadora seja por desinteresse desta ou longos períodos de internação hospitalar estão fadados a tornarem-se depressivos.
O vínculo pode ser reconstruído, se forem tomadas medidas rápidas.
Por outro lado também existem os pequenos resistentes, aqueles  que conseguem tirar das experiências tristes a força para vencerem obstáculos.
São vários os recursos dos quais os familiares podem se utilizar para ajudar a restabelecer a saúde psíquica dos menores. São eles:
-Terapia familiar: realizado  com profissionais especializados em atendimento clínico familiar.
-Ludoterapia: é uma modalidade da Psicologia que visa o atendimento terapêutico da criança através de atividades com brinquedos, desenhos, pinturas. Modelagens e jogos.
-Acupuntura infantil: com sessões semanais de acupuntura especializada para crianças, a melhora do quadro é surpreendente. O método consiste em sessões onde são utilizados métodos com sementes de mostarda, laser (específico a este trabalho, com voltagem baixa, diferente do modelo utilizado para cirurgia ou tratamento estético), são utilizados também estimuladores de pontos, uma peça com mola suave onde apenas é estimulado o ponto a ser tratado.
-Massagens: a mais indicada é a Shantalla, trata-se de uma massagem indiana, na qual foram constatados os benefícios terapêuticos que o toque proporciona à criança. Esse método é facilmente encontrado em livros, que demonstra passo a passo da técnica, geralmente é utilizando óleos vegetais.
-Florais: são utilizados para equilibrar as energias. Porém vale ressaltar, que é sempre prudente seguir o tratamento com um profissional especializado, pois existe todo um estudo e método para o acompanhamento do caso.
-Boa leitura: existe uma quantidade imensa de bons livros para uma maternagem eficaz e mais esclarecida.
-Yoga para crianças: consiste em exercícios e posturas para trabalhar a força muscular, a respiração correta, concentração e o autoconhecimento, tudo acompanhado de histórias infantis e programas específicos a cada caso.
-Antidepressivos: nos casos de depressão já consolidada, é imprescindível o acompanhamento médico psiquiátrico, como auxiliar ao tratamento terapêutico psicológico.
O importante é que os pais estejam atentos aos comportamentos das crianças, dessa forma podemos evitar maiores problemas, e proporcionar uma vida saudável aos menores.


                                                                      
Eliane Pisani Leite
Autora dos livros:
·        Pais EducAtivos;
·        Brinquedos e Brincadeiras-Teoria e prática
·        A Importância da Mulher na Sociedade

Condição: Mulher


CONDIÇÃO MULHER


Esposa; mãe e profissional.
Estas são atualmente as atividades desempenhadas pela mulher em nossa sociedade. Dentro destas atividades podemos enunciar inúmeras outras que se enquadram dentro dessas condições, como por exemplo: babá; motorista; enfermeira; cozinheira e tantas outras. Quantas vezes paramos para refletir nosso desempenho em todas essas tarefas e quantas vezes nos perguntamos se estamos realmente prontas para desempenha-las. Penso que esta é uma pergunta para ser feita antes de tomar qualquer decisão relativa a um casamento, a uma maternagem e até mesmo em relação à carreira profissional.
Podemos refletir nosso desempenho ao analisarmos o texto escrito por Louis Lamyaál Farugi – 2.002, onde faz uma reflexão na diferenciação dos papéis do Homem e da Mulher em várias sociedades:
“No caso da sociedade Ocidental, as metas preferenciais foram aquelas tradicionalmente desenvolvidas pelos membros masculinos da sociedade. As regras de prover a manutenção financeira, do sucesso na carreira e a tomada de decisões assumiram uma importância  e preocupação tão esmagadoras que aquelas que lidam com as questões domésticas, com as crianças, com o apoio estético e psicológico, com as interrelações sociais, foram desvalorizadas e até mesmo desprezadas. Tanto o homem como a mulher foram forçados a se adaptar a um modelo que talvez seja muito mais restrito, rígido e coercitivo do que o modelo que anteriormente atribuía papéis específicos para eles.”
Nós mulheres somos herdeiras de um legado conquistado a duras penas, graças a ele, podemos exercer nossos projetos profissionais e existenciais, refletir conjuntamente em torno de nós mesmas. Entre outras vitórias, nos tornamos sujeito e objeto de nossa própria pesquisa.
A mulher vem ganhando seu espaço aos poucos. Atualmente, embora tenha havido mudanças significativas nas relações de gênero e poder, ainda temos que negociar habilmente cada conquista  realizada. Estamos vivendo uma profunda  quebra de paradigmas e valores, mesmo dentro de um sistema capitalista onde recebemos informações contínuas de um modelo feminino que seduz pela crença numa juventude eterna, num corpo torneado  de formas sinuosas e sensuais, o que faz com que muitas mulheres busquem incessantemente preencher as características desse modelo transmitido pela mídia, onde a mulher perfeita é aquela figura impecável, bem cuidada, bem sucedida profissionalmente, com uma família exemplar, onde os problemas só ocorrem na vizinhança. Essas características constituem um mito que pressiona a mulher a esforçar-se cada vez mais para alcançar tais metas.
Ser mulher hoje significa esforço redobrado, embora todas as conquistas tenham sua validade, a mulher precisa pensar muito bem para definir o que busca em seu caminho, estamos no momento de aprender a gerenciar nossas vidas de forma equilibrada e lógica, a fim de realmente construirmos um futuro repleto em realizações.

                                                                      

ELIANE PISANI.LEITE
                                              

                                                                        

Como lidar com a chegada do irmãozinho




COMO LIDAR COM A CHEGADA DO IRMÃOZINHO





Esta é mais uma duvida constante entre os pais. É comum uma avalanche de emoções contraditórias nessa fase.
Existem um infinidade de reações que a criança pode apresentar nessa fase, desde comportamentos regressivos, como fazer xixi na cama, falar como um bebê, voltar a pedir a chupeta, mamadeira, pedir colo, apresentar dificuldades para dormir, ficar muito apegada à mãe. Todos esses comportamentos são esperados, porém os pais devem ajudar a criança nesses momentos tão penosos emocionalmente. Sempre é bom mostrar-se solicito às emoções que a criança esta sentindo, ao invés de nega-las. Por exemplo: “Às vezes é difícil aceitar dividir a atenção da mamãe com outro irmãozinho”, essa fala e outras similares mostram que os pais entendem perfeitamente o que esta se passando com a criança, mesmo porque provavelmente um dos pais pode
Durante o período de gestação sempre é recomendável que a mãe explique para a criança o que esta acontecendo com o seu corpo, o porque os pais decidiram Ter mais um filho, e não esqueça de enfatizar a importância de se Ter um irmãozinho para compartilhar todas as coisas, até mesmo os momentos de birra com os pais.
Alguns cuidados como conversar com a criança, explicando que embora o novo bebê exija maiores cuidados, os pais irão continuar dando atenção aos dois. É conveniente também ler estórias infantis que relatam essa situação, hoje temos uma bibliografia vasta de temas familiares, e os pais devem sempre lançar mão do uso desse material a fim de ajudar a elaboração infantil dos fatos que acontecem no dia a dia de uma família.
No período da chegada do irmãozinho, deve-se evitar qualquer mudanças na vida da criança, como por exemplo: colocar na escolinha, mudar de quarto, tirar fraldas ou mamadeira, e até mesmo mudança de casa deveriam ser feitas seis meses antes ou depois, esse período geralmente é suficiente para facilitar o entrosamento da criança com o novo ambiente doméstico.
Solicitar a ajuda do maior para os cuidados com o bebê é imprescindível , mas deve-se é claro tomar todas as precauções, para que o maior não machuque o recém nascido, para tanto é necessário a presença constante do adulto.
Os pais devem sempre dividir atenção e carinho igualmente a todos.




Eliane Pisani Leite
Autora do livro: “Pais EducAtivos”

Castigo resolve?




CASTIGO RESOLVE?




Lembra-se quando nas escolas usava-se a palmatória, ajoelhar em milho, etc. Graças a Deus tudo isso já foi abolido.
Com o avanço da Psicanálise, aprendemos que nada adianta reprimir violentamente e que através de surras dificilmente a criança poderá saber a diferença entre o certo e o errado sem traumas, medos e raiva.
Um fator importante é a colocação de limites. A própria criança pede limites, pois é uma das maneiras que ela encontra para obter orientações de conduta e disciplina. Por essa razão é que as crianças ficam testando os limites dos pais, para saber até que ponto pode ir.
Existem situações, que mesmo com diálogo e limites a criança vai precisar de uma atitude mais enérgica. Isso deve ser encarado com naturalidade e não com culpa, como sempre acontece com os pais. Neste casos o castigo pode ser bem vindo, desde não violento, pode ser uma forma simples para acabar com atitudes indisciplinares.
Há necessidade de estabelecer regras de disciplina muito bem definidas, desde de pequenos, como por exemplo: não bater no irmãozinho; não gritar para falar; não desrespeitar os mais velhos; não fazer birra ou teatro nos lugares públicos quando quer algo e a mãe diz não, etc... Todos esses momentos podem ser controlados desde que se tenha regras bem definidas, pois é muito complicado para uma criança tomar atitudes e não Ter certeza se aquilo é permitido pelos adultos.
O exemplo dos pais é muito importante, não adianta pedir ao filho que não grite, se os pais tem por hábito agir dessa forma.
Toda vez que seu filho cometer algo errado é necessário que se forme um paralelo entre a causa (o comportamento indesejado) e o efeito (a consequência), assim a criança percebe que certos comportamentos simplesmente não serão tolerados. Caso contrário, a criança poderá começar a duvidar se vai mesmo ser castigado se cometer outros atos que foram estabelecidos como incorretos.
Para que o castigo funcione é preciso conhecimento dos pais dos limites e características da própria criança. Ou seja, o castigo deve ser aplicado de acordo com aquilo que a criança é capaz de fazer. Por exemplo, se uma criança não consegue parar quieta por cinco minutos, não se pode esperar que no primeiro minuto do castigo ela fique quieta. Tenha paciência, pois logo ela irá começar a se conscientizar de que é necessário cumprir o castigo, e perceber que não pode passar dos limites.
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                                                                           Eliane Pisani Leite
   Autora dos livros:
·        Pais EducAtivos;
·        Brinquedos e brincadeiras;
·        A importância da mulher.

Violência urbana e comportamento do brasileiro


AUMENTO DA VIOLÊNCIA URBANA  X  COMPORTAMENTO DO BRASILEIRO

O comportamento humano é algo muito rico a ser estudado.
Estava em férias lendo uma revista cientifica, quando me chamou a atenção um comentário feito por um italiano que freqüenta o Brasil.
O texto dizia o seguinte:
“Visito este país há muitos anos e confesso que me surpreendeu o fato de o brasileiro, como regra geral, baixar a cabeça diante dos maus tratos e das explorações a que é submetido em todos os lugares e situações. “Não tem jeito mesmo”, costumam argumentar os amigos brasileiros com quem comento abismado, esse tipo de comportamento. Na Itália, de onde venho, bem como na maioria dos países europeus, a população não se deixa conduzir, não se deixa explorar com essa passividade, não. É claro que nossos governantes e nossos poderosos estão longe de ser santos. Mas quando alguma coisa podre deles é descoberta e vem à tona, as pessoas saem às ruas, aos berros e não sossegam enquanto justiça não for feita.
Peço desculpas se, como estrangeiro, crítico esse vício de comportamento de tantos brasileiros. Mas o faço por amor a esta terra, e é pela mesma razão que aconselho os brasileiros a por a boca no trombone e gritar bem alto quando seus direitos não são respeitados.
Como ensina até a Bíblia, no episódio das muralhas de Jericó, o poder do grito é uma realidade e muitas vezes funciona quando se quer fazer justiça.” Giuliano Ubaldi – Roma – Itália. Revista Planeta – set  2007.

Infelizmente eu como estudiosa do comportamento humano tenho que concordar 100% com o comentário deste Sr. Tenho ficado cada vez mais indignada com o comportamento passivo do brasileiro. Como vivo em São Paulo, me surpreendo com a passividade e timidez do paulista. Com um perfil quieto, retraído, consumista e alguns até iludido. Iludido porque acredita na novela, na mídia e em todo tipo de bombardeio de informações que diz: “Ser feliz é ter...”; “Diga e mostre quem é comprando...”.
Os temas chaves da mídia ilusória vêm sempre com palavras fortes como: “Ser feliz é...”; “Amar é...”. Aí saímos nas ruas e vemos um bando de pessoas idênticas.
Idênticas no sentido de não ter identidade original, pois se a moda é carro prata, todos querem carro prata e assim por diante. Mas onde entra a violência urbana nessa história. Ela entra quando toda a população acredita que o meio de se comunicar é pelo consumo para se igualarem, só que nessa história, percebemos que as pessoas estão cada vez mais introspectivas e fechadas em seu mundinho, acreditando que assim estão se protegendo e ao mesmo tempo se destacando, outra ilusão. Os fatos mostram que esse isolamento urbano só vem a favorecer a violência, pois o crime organizado se alimenta desse silêncio, dessa estagnação, dessa falta de solidariedade da população.
Quando as pessoas presenciam um assalto ou algo errado, o comum é calarem-se, é óbvio que não devem enfrentar os criminosos, os infratores, pois o risco pode ser grande, uma vez que geralmente estão armados, porém o que observamos por aqui, é que quando um time de futebol vence um campeonato, todos vão para as ruas, juntam-se e comemoram, gritando, falando, gesticulando. Porque não fazemos o mesmo para protestar quando algo errado acontece na cidade.
A população precisa reaprender a ser solidaria para reivindicar seus direitos, para exigir mais segurança que particularmente na cidade de São Paulo está um caus. Não temos segurança nem dentro das próprias casas, não existem leis e regras suficientes para inibir a ação de infratores adultos e crianças no crime organizado.
A união da população é um comportamento que funciona, alguém já viu infrator não ter grupo de apoio?
Nós cidadãos também temos que nos apoiar, não precisamos morrer de amores pelos companheiros, mas temos que saber usar a inteligência para grandes causas. Quando um começa o movimento, todos os outros percebem a intenção e colaboram, assim os resultados logo acontecem.
A sociedade precisa colocar em pratica a inteligência social, quando se isola perde pontos. Temos um Governo que muitas vezes em discursos tem estimulado o preconceito social de classes e raças. Isso pode render-lhes votos nas urnas, porém é uma política pobre que só estimula a rivalidade de classes e procura igualar a todos por baixo.
Todos almejam evoluir e desenvolver, que sejamos igualados pelo melhor, pelo mais nobre, pelo mais educado, pela decência e moral, pela dignidade, pelo correto e lógico.





                                                                                  Eliane Pisani Leite