DEPRESSÃO INFANTIL
Depressão
é o transtorno de humor que se caracteriza basicamente por tristeza e apatia.
Na criança o mais freqüente é a irritabilidade, mau humor, falta de prazer com
as atividades habituais.
Pode parecer estranho imaginar que um bebê possa sofrer de
depressão, porém isso acontece e na maioria dos casos passa despercebido pelos
adultos que o cercam.
Muitas
vezes acontece o fato de encontrarmos um bebê apático, que não responde aos
estímulos do meio. Esses casos tornam-se um desafio para os pediatras
resolverem. Descartadas todas as hipóteses de males físicos, só resta ao
profissional o auxílio de um colega
especializado em Terapia Familiar. Quando o terapeuta inicia seu trabalho,
começam a surgir todos os entraves existentes dentro daquele contexto familiar,
como por ex.: uma mãe depressiva, que não consegue estabelecer um vínculo
afetivo desejado com o filho, e este acaba por sofrer as conseqüências desse
período conturbado da relação mãe-filho.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou um estudo onde demonstra que 20%
das crianças e adolescentes apresentam sintomas da doença, como irritabilidade
ou apatia e desânimo.
A
observação da interação mãe-filho tem demonstrado que quando a criança não tem
oportunidade de estabelecer contatos físicos íntimos e agradáveis, apresentam
reações negativas tais como, a perda de apetite, a regressão marcada por uma
quietude depressiva, a falta de interesse por tudo ao seu redor, sono pesado,
respiração irregular, rigidez muscular e problemas gastrintestinais, tais como
vômitos e diarréias.
Em
crianças maiores, estas podem manifestar tristeza, falta de prazer com as
atividades e até sintomas físicos, como dor de cabeça ou de barriga. Algumas
são vistas como desajeitadas, pela propensão a acidentes. A forma extrema de
tais reações é um estado de letargia no qual os reflexos corporais se
deterioram e a criança não demonstra interesse pelos estímulos ambientais.
Existe
uma relação entre a depressão e o rendimento escolar. Sabe-se que a taxa de
prevalência de sintomas depressivos é mais elevada entre aqueles que apresentam
alguma dificuldade escolar. Quando a situação é esta, os problemas escolares
estariam atuando como uma possível expressão da depressão, diretamente
relacionada à falta de interesse e desmotivação da criança depressiva em
participar das tarefas escolares e em função dos sentimentos de
auto-desvalorização apresentados por ela.
O
diagnóstico deve ser feito por um
especialista ou uma equipe, é fundamental que os pais se isentem de qualquer preconceito
e não tenham vergonha de procurar um psicólogo.
Na
D.I. é necessário avaliar sua situação familiar existencial, seu nível de
maturidade emocional e, principalmente sua auto-estima. Além de entrevistas com
a criança, deve-se observar sua conduta segundo informações dos pais e
professores.
É
importante ressaltar que existem dois tipos de depressão mais comuns: Depressão
Endógena (se manifesta sem
motivo aparente e muitas vezes está ligada a uma pré-disposição familiar). Em
algumas famílias, é maior o número de membros acometidos de depressão. E a Depressão
Reativa, que está ligada a uma reação de defesa e negação da criança
frente a algum acontecimento em sua vida: perda, separação dos pais, mudança de
cidade, escola ou grupo social.
A
mãe torna-se uma fonte insubstituível de
várias recompensas para a criança.
As
carícias, o aconchego do colo, o toque são experiências muito importantes para
ela, pois lhe garante prazer e colaboram para que estabeleça um vínculo
saudável com a mãe e conseqüentemente
com o meio.
Nem
todas as crianças que sofrem restrições
com a pessoa cuidadora seja por desinteresse desta ou longos períodos de
internação hospitalar estão fadados a tornarem-se depressivos.
O
vínculo pode ser reconstruído, se forem tomadas medidas rápidas.
Por
outro lado também existem os pequenos resistentes, aqueles que conseguem tirar das experiências tristes a
força para vencerem obstáculos.
São
vários os recursos dos quais os familiares podem se utilizar para ajudar a
restabelecer a saúde psíquica dos menores. São eles:
-Terapia
familiar: realizado com profissionais
especializados em atendimento clínico familiar.
-Ludoterapia:
é uma modalidade da Psicologia que visa o atendimento terapêutico da criança
através de atividades com brinquedos, desenhos, pinturas. Modelagens e jogos.
-Acupuntura
infantil: com sessões semanais de acupuntura especializada para crianças, a
melhora do quadro é surpreendente. O método consiste em sessões onde são
utilizados métodos com sementes de mostarda, laser (específico a este trabalho,
com voltagem baixa, diferente do modelo utilizado para cirurgia ou tratamento
estético), são utilizados também estimuladores de pontos, uma peça com mola
suave onde apenas é estimulado o ponto a ser tratado.
-Massagens:
a mais indicada é a Shantalla, trata-se de uma massagem indiana, na qual foram
constatados os benefícios terapêuticos que o toque proporciona à criança. Esse
método é facilmente encontrado em livros, que demonstra passo a passo da
técnica, geralmente é utilizando óleos vegetais.
-Florais:
são utilizados para equilibrar as energias. Porém vale ressaltar, que é sempre
prudente seguir o tratamento com um profissional especializado, pois existe
todo um estudo e método para o acompanhamento do caso.
-Boa
leitura: existe uma quantidade imensa de bons livros para uma maternagem eficaz
e mais esclarecida.
-Yoga
para crianças: consiste em exercícios e posturas para trabalhar a força
muscular, a respiração correta, concentração e o autoconhecimento, tudo
acompanhado de histórias infantis e programas específicos a cada caso.
-Antidepressivos:
nos casos de depressão já consolidada, é imprescindível o acompanhamento médico
psiquiátrico, como auxiliar ao tratamento terapêutico psicológico.
O
importante é que os pais estejam atentos aos comportamentos das crianças, dessa
forma podemos evitar maiores problemas, e proporcionar uma vida saudável aos
menores.
Eliane Pisani
Leite
Autora dos livros:
·
Pais EducAtivos;
·
Brinquedos e Brincadeiras-Teoria e prática
·
A Importância da Mulher na Sociedade
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